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Passagem por Copacabana rumo a Sagrada Isla del Sol

  • Michelle Brito
  • 12 de ago. de 2015
  • 4 min de leitura

Passar pela Bolívia sem conhecer a Sagrada Isla Del Sol é quase um pecado. Uma grande ofensa aos Incas, eu diria. Contratamos um ônibus que nos buscou no hostel e levou até Copacabana por 45 bolivianos. Saindo 7h30 de La Paz o pequeno ônibus buscou vários passageiros em diferentes hostels e pontos de La Paz. A viagem, segundo a empresa duraria cerca de 4 horas.


Como o balanço do ônibus tem mais efeito do que colinho de mãe, dormi a primeira parte da viagem e só acordei quando alguém gritou: No tiene baño en el bús? Necesito ir al baño!.

E o motorista retrucou carinhosamente: NO HAY! TU TIENES QUE HACER EN MATO.


Chamamos de baño ao natural.


Minha sorte é que sou precavida e não costumo beber nenhuma gota de água antes de viagens longuinhas.


Chegando a cidade El Alto paramos em um banheiro "público e misto" (sempre carregue moedinhas para oferecer como propina e usar banheiros, água e ganhar papel-higiênico), nesta parada pude notar a verdadeira rotina dos Bolivianos.


O trânsito é bem intenso. Caótico para ser mais precisa. Os vendedores andam de um lado para o outro, as pessoas tentam atravessar as ruas driblando os carros, é muy loco. Em meio a tudo isso existe a forte e rica presença das Cholas sempre carregando artesanato ou crianças fofinhas em seus awayo, aquele pano lindo e colorido que, assim como estas mulheres vejo como uma bonita e forte representação da resistência cultural no país.


Foto: Michelle Brito

Cholita carregando atesanato a caminho de Copacabana


Seguindo viagem a paisagem tornou-se incrível. Como sentei na janela deu para ver a vegetação seca e ao fundo a linda Cordilheira Real e seus picos bem branquinhos. Tudo ao som da minha playlist, claro.


Chegada em Copacabana

Chegando ao simpático estreito de Tiquina é preciso deixar as mochilas no ônibus (confia) que seguirá de balsa, lá tem banheiro e comida. Feito tudo bem rapidinho é preciso comprar um bilhete para fazer a travessia do lago Titicaca em um barquinho. O bilhete custa 2 bolivianos e a travessia dura 10 minutos no máximo.


Documentos sempre em mãos pois, chegando do outro lado alguns policiais costumam pedir para verificar. Importante: desceu do barco corre para o seu ônibus, eles não costumam esperar muito e ninguém vai sentir a sua falta, ainda mais se estiver sozinho.


Já em Copacabana o ônibus nos deixou em uma baita subida afim de testar nossa resistência física e espírito mochileiro. O lugar fica as margens do Titicaca e lembra muito a beira-mar de uma vila de pescadores. Daí vem a inspiração para o nome da praia mais famosa do mundo, Copacabana no Rio de Janeiro. Deixamos as mochilas (confia parte 2) na empresa de ônibus Trans Titicaca que nos levaria no final da tarde para Sucre, Peru.


As Cholas são mulheres incríveis e transitam de norte a sul do pais levando seus artesanatos


Andando por Copacabana fiquei encantada com tanta diferença juntas. Culturas, línguas, roupas, credos. Tá todo mundo ali, transitando conversando e vivendo muito bem, obrigada.


La Sagrada Isla Del Sol

Saindo de Copacabana o passeio ida e volta (guarde esta informação) nos custou 35 bolivianos. Fui na parte superior do barco e resisti fortemente ao frio congelante para ver a incrível paisagem. O dono do barco ofereceu o serviço de guia por mais 30 bolivianos, mas não aceitamos pois já havíamos contratado outro guia.



Foto: Michelle Brito

Isla Del Sol


A volta estava combinada para às 16h30.


Chegando a parte sul da Isla del Sol nativos cobraram a entrada no valor de 5 bolivianos. O local é incrível, a vegetação é muito rica e a vista para a Cordilheira dos Andes vale cada segundo das quase 6 horas que nos levou de La Paz até lá. Comi a melhor trucha com arroz , papas e salada da minha vida olhando para isso:


Foto: Michelle Brito

Deck do restaurante na Isla del Sol

Foto: Nazareh

Alimentada comecei o tour pela ilha com uma má notícia: o guia do barco que pagamos ida e volta ficou zangado por não ter sido contratado e foi embora antes do horário combinado (me passaram a perna). Ou seja, precisei contratar o dono de um outro barco e pagar mais 30 bolivianos para voltar a Copacabana onde, às 18h30, sairia um ônibus para Cusco que eu também já havia pago.


Deixamos combinado novamente e subimos tranquilamente com o guia.


A história e cultura da ilha são riquíssimas. Subindo a íngreme escada pré-colombiana o guia nos mostrou as plantas medicinais e a fonte dos três jorros que representam as três máximas incas: não seja preguiçoso, não seja mentiroso e não seja ladrão. Depois de conhecer a pedra dos sacrifícios feitos com animais o guia encerrou dizendo que já estava tarde para continuar.



Durou menos de meia hora. O tour costuma durar duas horas (me passaram a perna parte 2). Fiquei insatisfeita mas, tudo bem. Entrando no barco a caminho de Copacabana comentamos que estávamos um pouco atrasados e pedimos para o condutor ir um pouco mais rápido.


Foi o pior erro.


Acredito que ele tenha entendido que iriamos perder o ônibus se ele não fosse mais rápido e, aproveitando a situação ele parou o barco no meio do lago Titicaca e alegou que só iria mais rápido se pagássemos um pouco mais que o dobro ou seja mais 65 bolivianos de cada um (me passaram a perna parte 3). Como ninguém sabia pilotar barco, juntamos as moedinhas e depois que mostramos o dinheiro o sujeito - que não tomou água do terceiro jorro da fonte inca - voltou a pilotar o barco em uma velocidade OK.


Deu tempo, chegamos em Copacabana e pegamos o ônibus para Sucre. Mas é importantíssimo ficar atento pra ninguém tirar o seu dinheiro. Em situações difíceis não demonstre desespero.


Desespero só por dentro, mas por fora faça cara de "eu estou no controle".


Vídeo - Mochilão - Lago Titicaca, Isla Del Sol e Copacabana


Você conheceu a Isla Del Sol ou tem alguma história legal pra nos contar? Deixe nos comentários ou envie um e-mail para: foradacaixinhaa@gmail.com


Siga: @foradacaixinhaa


Boa trip!


Michelle Brito








 
 
 

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Michelle Brito

Gosta de fontes; de tipografia, de inspiração e as fontes
do jornalismo que nos contam boas histórias.

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Medrosa, vem tentando sair da sua zona de conforto com o Fora da Caixinha! :)

 

 

 

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